Quem vende moda online sabe: acertar o tamanho ainda é um dos maiores desafios. Mesmo com tabela, fotos e descrições, muita gente compra com dúvida – e acaba devolvendo.
Isso pesa no caixa, na logística e, principalmente, na confiança do cliente. Mas a boa notícia é que esse comportamento está mudando.

A inteligência artificial já consegue cruzar medidas, padrões de compra para indicar o ajuste mais provável para cada pessoa.
E o melhor de tudo é que essa tecnologia está cada vez mais ível.
Neste artigo, eu vou te mostrar como a IA está resolvendo o maior motivo de devoluções na moda online.
Vamos entender?
Por que o problema de tamanho ocorre no e-commerce de moda? 12295e
A moda é, de longe, o setor mais forte do e-commerce no Brasil. Em 2024, ele movimentou R$ 1,6 bilhão, segundo o estudo NuvemCommerce 2025, e cresceu 33% em comparação com o ano anterior.
Apesar do crescimento, lojistas desse segmento precisam lidar com uma dor antiga e ainda muito presente: o ajuste errado das peças.
Quando alguém compra uma roupa pela internet e ela não veste como como o esperado, há o risco de esse cliente não voltar mais.
Essa é uma questão tão latente no digital que afeta diretamente a taxa de conversão dos negócios, principalmente dos pequenos e médios.
Para se ter uma ideia, ainda de acordo com o relatório NuvemCommerce, lojas com faturamento menor que R$ 100 mil /mês têm taxas de conversão até 56% mais baixas que as operações que faturam nessa faixa.
Isso indica que, solucionando o problema dos erros de tamanho, maiores podem ser as chances de as vendas aumentarem.
IA como aliada: o que já está mudando para o mercado de moda? 126e54
Nos últimos anos, a inteligência artificial deixou de ser uma promessa e ou a fazer parte das operações de muitas lojas. Isso inclui o varejo de moda, é claro, em que a adoção ainda era tímida até pouco tempo.
A seguir, eu vou mostrar o que já está acontecendo e como essas mudanças estão, pouco a pouco, redesenhando a forma de vender moda na internet.
1. Recomendações de tamanho baseadas em IA 4b2l58
Em muitas lojas, a inteligência artificial já consegue indicar não só o tamanho ideal para o cliente, mas também fazer ajustes finos.
Isso é uma boa notícia para quem vende moda, já que o “tamanho” lidera a lista de dúvidas que consumidores têm ao comprar online, de acordo com estudo recente da Leadster.
A Amazon, por exemplo, já usa esse tipo de tecnologia. Segundo Doug Herrington, CEO da Amazon Stores, o time da empresa desenvolveu um modelo que cruza tabelas de medidas de diferentes marcas com dados de compra, devolução e avaliação dos próprios clientes.
Isso permite sugerir não só o tamanho mais provável, mas também alertas úteis, como “esse modelo tem a manga curta” ou “fica mais justo na cintura”.
Esse tipo de recurso reduz dúvidas antes da compra e devoluções depois dela.
E mesmo que ainda pareça distante para marcas menores, o avanço dessas ferramentas mostra que personalizar a comunicação não é possível, mas deve se tornar ainda mais comum em pouco tempo.
2. Resumo automático de avaliações 4q214a
Avaliações de produtos são uma das principais fontes de decisão de compra no e-commerce, mas, quando há centenas delas, poucos leem tudo.
Hoje, vemos grandes players do mercado – como o Mercado Livre – usando a IA generativa para resumir os comentários dos clientes.
O consumidor vê um bloco direto com os pontos mais frequentes, como “tecido leve”, “veste justo” ou “bom para dias frios”.
Além disso, as avaliações podem ser filtradas de acordo com as especificidades do produto, como cores, estampas e tamanhos.
Isso agiliza a escolha e reduz surpresas.
3. Títulos de produtos otimizados em tempo real 5t86e
Uma mudança que está chamando atenção nos Estados Unidos: a Amazon começou a reescrever os títulos dos produtos com inteligência artificial.
Isso já acontece em tempo real, dependendo do que o usuário busca e do dispositivo que ele está usando.
Essa novidade ainda não chegou oficialmente ao Brasil, mas é provável que apareça nos próximos meses.
Isso precisa estar no seu radar, já que a Amazon é um dos maiores marketplaces para vender moda atuando no Brasil.
4. Personalização de vitrines e recomendações 5w5i
A personalização de vitrines e recomendações não é nova – muita gente já teve a sensação de que uma loja “adivinhou” o que estava procurando.
O que mudou nos últimos tempos foi a precisão desse processo. As sugestões ficaram mais certeiras.
Em vez de mostrar “mais do mesmo”, a IA analisa padrões mais sutis (como horários de navegação, produtos vistos e não comprados) ou preferências semelhantes às de outros perfis parecidos.
No varejo de moda, isso pode significar mostrar peças que combinam com o gosto do cliente e indicar looks completos.
5. Provadores virtuais potencializados com IA 5y3c4f
A tecnologia permite que o cliente visualize como a peça veste, simulando o ajuste em diferentes tipos de corpo.
Não é novidade lá fora – grandes redes como a H&M já usam -, mas no Brasil essa ferramenta está começando a ganhar espaço.
A Reserva é um exemplo de marca brasileira que já usa o recurso.
Ainda assim, os provadores virtuais ainda não são a norma no varejo de moda brasileiro.
Segundo dados do NuvemCommerce, apenas 6% dos lojistas usaram provadores virtuais em 2024.
A previsão, no entanto, é de crescimento acelerado: a expectativa é que o uso aumente quase dez vezes em 2025.
A tecnologia resolve, mas a estratégia ainda é humana 594u5s
É fácil cair na armadilha de achar que basta ativar um recurso novo para tudo melhorar. Só que a IA funciona melhor quando está a serviço de uma estratégia clara.
Por exemplo: não adianta ter um provador virtual se as fotos da sua loja são ruins ou se a tabela de medidas está incompleta.
Afinal, vender mais a por automatizar, sim, o que for possível, mas também por entender o que realmente importa para quem está do outro lado da tela. Ou seja: a estratégia por trás de toda adoção de tecnologias é a mente humana quem desenvolve.
Por que esperar pode custar mais caro? 6q5eo
Enquanto você ainda está decidindo se vale a pena testar uma ferramenta, outras marcas já estão usando IA para vender.
Durante uma palestra no NRF 2025 – que é um dos maiores eventos de varejo do mundo -, Doug Herrington, CEO da Amazon Stores, disse algo que ajuda a entender o risco de não agir: “Muitas empresas dizem que amam inovação, mas também odeiam errar. Sem perceber, acabam criando culturas que evitam falhas a qualquer custo. E quando isso acontece, elas deixam ar grandes oportunidades.”
O conselho vem de uma empresa gigante, uma das maiores, mas ela serve para qualquer negócio.
Esperar pela “hora certa” ou pelo “cenário ideal” pode significar ficar de fora de um movimento que já começou.
Escolha uma ferramenta que faça sentido para o seu momento, aplique com foco e, mais importante: meça os resultados.
Para pequenas e médias empresas, principalmente, inovar não significa necessariamente “reinventar a roda”, mas usar o que já está no mercado com consciência.